terça-feira, 5 de abril de 2011

Sequelas de abuso na infância

Transtorno de personalidade limítrofe

Classificação e recursos externos
CID-10 F60.30 Tipo impulsivo, F60.31 Tipo borderline
CID-9 301.83
O Transtorno de Personalidade Limítrofe (TPL), também muito conhecido como Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), Transtorno Estado-Limite da Personalidade é definido como um grave transtorno de personalidade caracterizado por desregulação emocional, raciocínio extremista (cisão) e relações caóticas. Pessoas com personalidade limítrofe podem possuir uma série de sintomas psiquiátricos diversos como humor instável e reativo, problemas com a identidade, assim como sensações de irrealidade e despersonalização. Com tendência a um comportamento briguento, também é acompanhado por impulsividade sobretudo autodestrutiva, manipulação e chantagem, conduta suicida, bem como sentimentos crônicos de vazio e tédio. Esses indivíduos são aparentemente vistos como “rebeldes”, “problemáticos” ou geniosos e temperamentais, no entanto, na realidade possuem um grave distúrbio. É frequentemente confundido com depressão, transtorno afetivo bipolar ou portador de psicopatia, sendo considerado um dos mais complicados transtornos de personalidade, com grande dificuldade de tratamento.
O TPB é um grave distúrbio que afeta seriamente toda a vida da pessoa acometida causando prejuízos significativos tanto ao próprio indivíduo como às outras pessoas. Frequentemente eles precisam estar medicados com algum tipo de medicamento psicotrópico como antidepressivos para evitar um descontrole emocional intenso.
Os sintomas aparecem durante a adolescência e se concretizam nos primeiros anos da fase adulta (em torno dos 20 anos) e persistem geralmente por toda a vida. Essa fase pode ser desafiadora para o paciente, seus familiares e seus terapeutas, mas na maioria das vezes a severidade do transtorno diminui com o tempo. Como os sintomas tornam-se perceptíveis principalmente na adolescência, a família desses indivíduos podem supor que a rebeldia, impulsividade, descontrole emocional e instabilidade da auto percepção e valores são coisas típicas da idade, mas geralmente não fazem ideia que estão diante de um ente com um grave distúrbio que sofre muito por ser assim.
As perturbações sofridas pelos portadores do TPL alcançam negativamente várias facetas psicossociais da vida, como as relações em ambientes escolares, no trabalho, na família. Envolvimento com drogas, tentativas de suicídio e suicídio consumado são possíveis resultados sem os devidos cuidados e terapia. A psicoterapia é indispensável e emergencial.
A maioria dos estudos indica uma infância traumática (diversas formas de abusos; separação dos pais, ou a soma de ambos e outros fatores) como precursora do TPL, ainda que alguns pesquisadores apontem uma predisposição genética, além de disfunções no metabolismo cerebral.
Estima-se que 2% da população sofram deste transtorno, com mulheres sendo mais diagnosticadas do que homens.
O termo “borderline” (limítrofe) deriva da classificação de Adolph Stern que descreveu, na década de 1930, a condição como uma patologia que permanece no limite entre a neurose e a psicose. Pelo fato de o termo carecer de especificidade, existe um atual debate se esta doença deva ser renomeada.[1]

Sequelas de abuso na infância

  • Alguns especialistas acreditam que o transtorno de personalidade limítrofe seja uma síndrome consequente de graves sequelas na personalidade, decorrente de diversas formas de abuso na infância;
  • Uma boa parte das pessoas com o transtorno tiveram uma infância traumática (porém, isto não é regra geral);
  • Borderlines têm dificuldade em confiar nas pessoas (especialmente se houve abuso), sobretudo nos indivíduos do mesmo sexo do abusador;
  • Borderlines com histórico de abuso, podem repetir o roteiro do passado. Eles tendem a se sentir eternamente vitimados porque estão condicionados a esperar o comportamento cruel das pessoas em que confiam. Quando crianças, podem ter se sentido responsáveis pela circunstância traumática. Podem ter acreditado que algo neles levou as pessoas agirem daquela forma cruel. Então, quando adultos, essas crianças anteriormente abusadas esperam o pior das pessoas, existindo sempre um grande pessimismo. Interpretam o comportamento normal como cruel ou negligente e reagem com a raiva, desespero ou humilhação intensa. As pessoas em torno deles ficam confusas porque não podem ver o que realmente provoca o seu comportamento;[41]

Abuso infantil, trauma ou negligência

Numerosos estudos mostraram uma forte relação entre abuso infantil e o desenvolvimento de TPL. Muitos indivíduos com TPL reportam uma história de abuso, negligência e separação quando crianças. Pais de portadores foram apontados como tendo falhado em dar a proteção necessária, e negligenciado os cuidados físicos e emocional de seus filhos. Pais (de ambos os sexos) foram tipicamente reportados como tendo negado a validade dos pensamentos e sentimentos de seus filhos, de se retirarem emocionalmente em algum momento e terem tratado a criança inconsistentemente. Orfandade de algum (ou dois) dos pais também é comum entre esses pacientes. É comum, ainda, encontrar divórcios e separação parental precoce, além de histórico de abuso sexual por um responsável ou não (principalmente nas mulheres) entre portadores de TPL. Alguns dos casos, a forma de negligência não se dá somente na infância, pessoas que sofrem instabilidade durante a fase de formação, como na adolescência, também são propensas a apresentar os sintomas de TPL. De acordo com Joel Paris, “Alguns pesquisadores, como Judith Herman, acreditam que o Transtorno de Personalidade Limítrofe é um nome dado a uma manifestação particular do Estresse Pós-Traumático (EPT)". No entanto, Paris considera essa conclusão como não comprovada, uma vez que alguns portadores de TPL não têm uma grave história de traumas.
Fonte: Wikepédia

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